segunda-feira, 30 de março de 2009

Navegar era preciso, mas eu só boiava.


Levei muito tempo para entender o “Navegar é preciso, viver não é preciso” . Isso porque, como brasileiro, eu entendia o verbo “precisar” como alguma coisa “necessária”. A frase não me trazia grandes inspirações e muitas vezes me senti bastante burro por não entender “a mensagem” ali contida. Foi Ana, uma amiga portuguesa, quem me decifrou o enigma. “Preciso”, no original idioma português, diz respeito à “precisão”, à certeza, à exatidão. Os marinheiros da Escola de Sagres tinham a bússola, o sextante e outros instrumentos que faziam do ofício de navegar uma coisa segura e “precisa”. Já o viver...definitivamente não é preciso. A frase estranha virou, então, um poema belíssimo. Agora entendi. Obrigado, Petrarca, a quem se atribui a frase original, e a Fernando Pessoa, que a imortalizou.

3 comentários:

  1. Puxa vida! Agora não preciso mais fazer aquela cara de admiração intelectual quando escutar a citação. Parecia interessante, mas não via sentido algum.
    Obrigado pelo esclarecimento! De fato, viver não pode ser preciso... Agora a citação realmente torna-se bela!

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  2. Caro Fabbrini,

    Hoje em dia, navegar neste info-mar cada vez mais é preciso. Sobretudo quando se pode aportar em ilhas de agradável leitura - como esta.

    De forma tal que vem mui a contento traçar na carta náutica de meu links as coordenadas de teu blog.

    Seu criado,

    r

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  3. Caro Fabrinni,
    sempre foi uma citação que me intrigou. Achei a explicação formidável (ainda mais em época de unificação das "linguas portuguesas"). Mas quero acrescentar outra explicação dada por um amigo historiador. A citação faria referência à época das Grandes Navegações, quando navegar era preciso (necessário), mas viver não era preciso (o espirito aventureiro se sobrepunha à vida).
    Grande abraço.
    Mario Bruno

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