BELORIZ
(Poema de meu amigo Claudio Persio)
Gerações antigas cantam e contam do encantamento
de uma linda cidade moderna, e já tão riscada no tempo.
Riscos de traços cirúrgicos ablativos, cor de sangue,
só que feitos pra não salvar.
A ordem geral, parece, era só cortar, cortar.
Assim fizeram com os seios, seu ventre e cabeleira verde.
Pouco a pouco e ao pé, ao derredor de seus montes,
substituído teve seu manto, azul que agasalhava,
por cada vez mais tristes, frios e cinzas Horizontes.
Também alteraram, óbvio, o mais vital de seus líquidos,
secando-lhe cristalinas fontes.
Ninguém perguntou aos tímidos se queriam ver esticados
tanto assim todos seus membros puxados na vertical.
E, assim, castrando-lhe o porte de seu sobrenome vital.
Quase viveu, por um triz, safou-se em mera Beloriz.
Por que se terá deixado assim em mãos de imerecidos amantes?
Bela, bela, bela, bela no passado, pretérito, no antes,
quando Belô tinha Horizonte.
Os que a conheceram antiga venham; puxem os bancos, encham os copos,
aconcheguem-se e nos contem.
Façamos de conta que a de hoje é a bela cidade que foi ontem.
Prezado Fernando,
ResponderExcluirRecebemos indicação de seu nome para edição de texto de um projeto de nossa empresa. Poderia passar algum e-mail ou telefone para contato?!
Muito Obrigada!!!
Silviana
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